Сообщество OreyiTrade

5 de dezembro de 2011

PSI20 e o futuro do EURO

Neste artigo quero apresentar uma análise do nosso grande índice - PSI20 - provavelmente contestável pelos “crentes” da Análise Fundamental. Já várias vezes mencionei neste blog que o método técnico é no qual confio mais, e esta análise ao PSI20 tem por base pura Análise Técnica. A principal razão por esta preferência é a máxima “Keep it simple”, para mim a melhor máxima da Wall Street. Na minha opinião o grau de fiabilidade da Análise Técnica depende do mercado para mercado. Esta questão é interessante de se analisar, no entanto o foco deste artigo é a minha perspectiva sobre o futuro do PSI20.
Os mercados antecipam – isto é um facto (e não uma hipótese). Os mercados iniciam Bull Markets em alturas de grande pessimismo e noticias assustadoras e invertem quando o optimismo é exorbitante. É importante ter isso em mente, principalmente para concordar ou pelo menos entender este artigo.
Agora uma opinião – para mim as divergências são dos sinais mais fortes no mercado. É claro que não é possível ter o timing através deste tipo de análise, mas a direcção, o mood ou o sentimento do mercado é facilmente determinável através da análise das divergências entre o preço e o oscilador. Existem dois grupos de divergências – as bullish e as bearish. As divergências podem ser regulares e escondidas. As regulares são mais certas que as escondidas, embora estamos a jogar sempre com probabilidades, e isto é igualmente um facto.
Agora passemos ao gráfico do PSI20. Neste artigo vou publicar dois gráficos, um mensal e outro semanal.
1- A razão pela qual uso o gráfico mensal: quanto mais alargada a escala temporal que usamos para analisar o mercado mais nos focamos na tendência e menos atenção prestamos ao ruído. Gráficos de muito curto prazo, como por exemplo os de 30 minutos ou uma hora, apresentam oscilações puramente especulativas. Gráficos semanais e mensais permitem-nos estudar a tendência e a direcção dos investidores inteligentes/informados com grandes capitais.
2- Mencionei atrás que os gráficos mensais permitem nos estudar a direcção do mercado no futuro, é verdade, mas o reverso da medalha é que os gráficos de longo-prazo não nos permitem fazer a análise do timing e a procura de entradas com momentum. Desta forma, nunca se deve usar gráficos semanais, muito menos os mensais para fazer trading.

Passemos agora a visualização dos gráficos:


Repare nesta divergência bearish. O índice atinge um novo low (fundo), enquanto que o indicador MACD apresenta um higher low (fundo menos acentuado que o anterior). Este sinal é fortemente bullish.
Para além da divergência há um outro sinal técnico - double bottom. E se não for double bottom, podemos dizer que o índice está altamente suportado. O mínimo histórico do PSI20 ocorreu nos 5038 pontos em Outubro de 2002. O mínimo de Novembro foi 5126 pontos, nível a partir do qual PSI20 galopou mais de 6% sem respirar.
PSI20 parece estar bem suportado e, do ponto de vista técnico, tem uma excelente perspectiva técnica.


Reduzamos agora a escala para a semanal.


Aqui vemos uma divergência igualmente bullish. A intervenção conjunta dos maiores bancos centrais na passada quarta-feira (30 de Novembro) fez o índice subir fortemente, e ao final desta semana PSI20 já soma mais de 6%.

O mercado vive das expectativas, e o mercado antecipa os maiores acontecimentos na Economia. O final de um Bear Market é marcado pelo auge do pessimismo, contrariamente, o final de um Bull Market é marcado pelo optimismo exorbitante. O PSI20 começara o Bull Market ainda Portugal irá registar aumento das taxas de Juro e falta de credibilidade por parte dos investidores extrangeiros. É normal, nós só conseguimos apontar o inicio de um Bull Market no gráfico depois de ele já estar a, pelo menos, meio caminho. Nunca podemos esquecer que as tendências, por mais fortes que sejam, mais cedo ou mais tarde, invertem.
Na minha perspectiva a crise não vai piorar, e não haverá o fim do euro. 2013 não será marcado com o agravamento do défice e medidas de austeridade. A crise actual é especialmente psicológica, e ela acabará quando as pessoas deixarem de ser tão pessimistas, o que é difícil dado que tantos se habituaram a “vida boa” nos anos 90-início do século, e qualquer problema ligeiro é encarado de pior forma possível.

1 de agosto de 2011

BRISA - bullish divergence

«Resultados da Brisa decepcionam analistas e provocam queda de 4% nas acções» (http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=499115)
Publicado no Jornal de Negócios as 11h09 no dia 1 de Agosto.


Brisa já desvalorizou mais de 40% este ano. Hoje os resultados desapontaram. Será que Brisa vai continuar a caír?


Repare como o preço atinge um lower low, enquanto o MACD faz um higher low, não confirmando o movimento. Na análise técnica isso chama-se uma bullish divergence (bulls/touros são os traders que puxam a bolsa para cima exercendo uma pressão compradora).

Os maus resultados são sem dúvida um factor negativo. No entanto é bem possível que as más notícias já estejam descontadas no gráfico da Brisa. Não esqueçamos que a Bolsa vive das expectativas e não somente dos acontecimentos na própria hora.

A tendência descendente é para continuar ou não? Isso não sei dizer, mas a divergência acima mencionada é, para mim, uma oportunidade de curto prazo.

Se transaccionasse Brisa? Entraria longo com MOMENTUM (ver osciladores em gráficos de mais curto prazo). Um grande especulador da primeira metade do séc. XX Jesse Livermore, que fez a sua primeira fortuna durante a Grande Depressão, uma vez disse: "There is time to go long, there is time to go short and there is time to go fishing". Aplicando o ditado à Brisa, eu iria a pesca tendo em mente uma entrada longa nos próximos dias. É um trade especulativo de curto prazo, pois não ouso prever a inversão da tendência primária.



22 de julho de 2011

Perfil de um Investidor

Um dos passos iniciais no planeamento do nosso comportamento na bolsa é a decisão do nosso perfil, ou seja, a que prazo estamos disponíveis de abdicar do nosso dinheiro; e qual o grau de risco que aceitamos correr.

Quando investimos a um certo prazo não vamos poder usar esse dinheiro para outros investimentos ou gastos que queiramos efectuar logo um investimento tem um custo de oportunidade associado a indisponibilidade a que colocamos o nosso dinheiro numa posição investidora.

O grau de risco tem haver com a agressividade do trading. Por exemplo, ir curto durante um uptrend em momentos de correcção são características de traders agressivos. Traders mais conservadores irão procurar transaccionar acções com tendências fortes com vários dados técnicos a apontarem na mesma direcção e a confirmarem a tendência (nesse caso o risco é menor, mas o mercado terá já andado metade da tendência ou mais). Daqui sai outra opção que temos de tomar que é o prazo com o qual lidamos. Trading agressivo subentende prazos menores, enquanto que os conservadores aceitam prazos mais alargados.
Podemos delimitar os seguintes perfis:
  • Day Trader (horas)
  • Swing Trader (1-5 dias)
  • Position Trader (1-8 semanas)
  • Trend Trader (1-3 anos)
Os nomes por si só já dizem muito, mas mesmo assim vou explicar cada um individualmente.
Day trading é bastante complicado e diferencia-se de outros tipos de investimento não só pelo prazo mas mesmo pelas técnicas utilizadas. Há pouca literatura nesse campo, e esse tipo de trading destina-se a especuladores com idade entre os 19 e 20 devido a necessidade de reacção rapida. Normalmente esse tipo de traders têm como objectivo lucrar poucos pips, ou seja, lucrarem pouco mas muitas vezes. Para que o day trading seja possível é preciso que o trader não tenha que pagar comissões (ou tê las muito pequenas) e tenha custos de transacção muito reduzidos, o que nem sempre é possível para um trader doméstico. Com o aparecimento dos CFDs transaccionáveis em Portugal através de plataformas de negociação, day trading tornou-se real para qualquer um (pois negociar CFDs nem sempre requer o pagamento de comissões) em vez disso o investidor paga juro diário, pelo que jogadas de curto prazo são quase (ou mesmo) à “borla”. A característica essencial do day trading é que a posição seja aberta e fechada no mesmo dia.
Swing trader alarga o prazo dos seus investimentos. O limite temporal deste tipo de trades é uma semana (bolsas fecham ao fim-de-semana). Neste tipo de trading divergências entre preço e indicadores técnicos são essenciais, ou então deve haver razões fortes para abrir uma posição visto que o timing é crucial neste tipo de investimentos.
Day e swing trading correspondem ao perfil mais agressivo e especulativo. Uma das principais diferenças entre investimento e especulação é o prazo da aplicação do capital. Assim sendo, os traders atrás salientados constituem o grupo mais especulativo que joga na bolsa. Os próximos dois tipos de traders continuam a ser especuladores, embora em menor grau, e mais se aproximam ao ocnceito de investidor.
Position trading tem por objectivo adoptar a posição que está do lado da tendência, ou seja, se a tendência de médio prazo é altista devemos procurar abrir posição longa e vice-versa e depois manté-la para deixar o “profit run”.
Trend trading é característico de especuladores mais pacientes, melhor dizendo, investidores. Tal como o nome indica, o objective desse tipo de perfil é apanhar a onda da tendência e deixar acumular o lucro ate que essa tendência acabe.
Anteriormente mencionei um termo que alguns poderão desconhecer: pip. Um pip é a variação mínima que um instrumento financeiro possa ter. No Forex, EURUSD tem um pip de 0,0001€, ou seja, o euro pode valorizar/desvaloriza face ao dólar no mínimo 0,0001€.




Associado com o pip vem o termo figura. Figura é igual a 100 pips, ou seja, se o euro valoriza 1 cêntimo (0,0001€x100=0,01€) face ao dólar, então o EURUSD subiu uma figura.
Estando relacionado com o tema hoje discutido, vou descrever dois dos seis princípios da teoria do Dow (Dow Theory) descritos no «Technical Analysis of the Financial Markets» do John Murphy. O segundo principio (The Market has three Trends) diz:
“Dow considered a trend to have three parts, primary, secondary and minor, which he compared to the tide, waves and ripples of the sea”.
O terceiro principio (Major Trends have three phases) diz: “Dow focused his attention on primary or major trends, which he felt usually take place in three distinct phases: an accumulation phase, a public participation phase, and a distribution phase. The accumulation phase represents informed buying by the most astute investors. The public participation phase, where most technical trend-followers begin to participate, occurs when prices begin to advance rapidly and business news improves. During this last phase (distribution phase) the same informed investors who began to “accumulate” near the bear market bottom begin to “distribute” before anyone else starts selling.
O indicador A/D (Accumulation/Distribution) foi desenhado pelo Marc Chaikin em 1972 com o intuito de encontrar as três fases da tendência primaria. O objectivo é simples, entrar na fase de acumulação e sair na fase da distribuição. Repare como é designada a ultima fase: distribuição. Porque distribuição? Porque os lucros que os investidores mais informados e inteligentes foram acumulando (desde a fase de acumulação) são agora distribuídos para esses mesmos investidores.

Interupção em Junho/Julho

Tive a necessidade de interomper a criação do meu blog. No entanto, vou voltar ao seu desenvolvimento uma vez mais.

A organização do meu blog sofrerá alterações, por isso já não vou seguir o esquema apresentado no post “Esquema do blog” publicado em Abril de 2011. A organização passará a ser mais livre, ou seja, os posts de semana para semana serão sempre diferentes. Procuro com isso criar maior diversidade, captar o interesse do leitor e criar um certo efeito de surpresa.

Agradeço todos que se deram ao trabalho de ler pelo menos um artigo aqui publicado, e prometo trabalhar no sentido de publicar textos de qualidade.


Best regards!

16 de maio de 2011

Análise do BPI. S3

Como de costume, começarei a minha análise a partir do gráfico de longo prazo, com o objectivo principal de identificar a tendência do BPI. A tendência é claramente descendente. O downtrend começou nos finais de 2009, e desde então o BPI desvalorizou mais de 50%.

Se ampliarmos a imagem iremos assistir a um outro Bear Market, que começou em 2007, na altura do inicio da crise hipotecário americana e do subprime. Desde essa altura, BPI desvalorizou mais de 80%.

Para além da linha de tendência, podemos já identificar três níveis importantes a considerar no curto/médio prazo: o suporte na zona de 1,20€ e as resistências nas zonas de 1,30€ e 1,50€.

Olhar para BPI do lado longo não é nada interessante neste momento, pois a tendência é claramente descendente (repare no número de pontos de reacção, o que prova sua solidez), e BPI ainda na deu nenhum sinal de força (nenhuma resistência fora quebrada e a downtrendline mantém-se intacta). A inexistência de sinais de força coloca BPI no reino dos Ursos, e dá luz verde para procurar momentos para vendas a descoberto.

Analisando os gráficos de longo prazo com mais atenção não posso ignorar a existência de uma divergência entre o preço e o indicador MACD.


Repare que o lower low nas cotações foi acompanhado por um higher low no indicador MACD. Essa divergência, que tem o nome de bullish divergence, aparece num gráfico semanal, o que só a torna viável a médio/longo prazo por um lado, mas atribui-lhe uma maior importância por outro. Ou seja, temos de ter em consideração esta divergência e termos prudência extra na adopção de eventuais posições curtas.

Passemos então ao gráfico diário para visualizar melhor a situação no curto prazo.


Repare no recente aumento no volume. É importante termos em conta o volume, principalmente nos seus extremos (quando há uma subida brusca de volume – volume spike; ou pelo contrario, uma diminuição significativa – volume shrink). Também deve-se olhar para a tendência do volume, ou seja, ver se ele aumenta ou não. Na teoria, o volume tem de confirmar a tendência do preço, ou seja, quando uma acção tende (para cima ou para baixo) tem de haver aumento do volume que confirma essa tendência. No entanto, nem sempre é fácil visualizar a tendência do volume na sua representação clássica em forma de barras.

O indicador OBV (On Balance Volume) foi inventado com o objectivo de visualizar mais facilmente a tendência do volume. O seu cálculo é simples: multiplicamos a variação relativa do preço pelo volume ocorrido num dado dia. Assim, se o volume foi de um milhão de acções e a acção desceu 2% nesse dia, então a linha do OBV irá descer 2 milhões. Os valores nominais deste indicador não têm importância na sua interpretação, aqui só nos preocupamos com a tendência. A tendência de uma acção tem de ser confirmada pelo volume, se as tendências entre o preço e o volume começam a divergir há que ter em conta uma iminente reversão. Preço e volume são os dois recursos mais importantes na Análise Técnica, assim o indicador OBV liga-os num único dado, dai a sua importância.

Repare no gráfico anterior, uma divergência entre o preço (que desce, cirando sucessivos lower lows) e o volume (que sobe, criando sucessivos higher lows). Tal como na divergência visualizada no gráfico semanal entre o preço e o MACD, no gráfico diário, assistimos, igualmente, a uma bullish divergence. A mesma divergência observa-se no MACD diário.

Estes são os primeiros passos para uma possível reversão de tendência. No entanto, adivinhar reversões de tendência sempre foi muito arriscado e com baixa precisão. BPI tem de dar os primeiros sinais de força antes de ser considerado bullish. Os factos anteriormente mencionados, apenas servem como cautela para jogo curto no BPI nos próximos tempos.

A linha de tendência descendente do BPI é bastante forte, com vários pontos de reacção. Os primeiros sinais de força que pudessem tirar, pelo menos parcialmente, o pessimismo e sentimento bearish seria a ruptura da resistência de 1,33€, o que igualmente iria quebrar a downtrendline. Sem estes dois sinais será perigoso considerar o BPI do lado longo.

Na Análise Técnica temos que esperar pelos sinais no gráfico, e agir segundo esses sinais. A tentativa de antecipar muitas vezes resulta no insucesso.