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16 de maio de 2011

Análise do BPI. S3

Como de costume, começarei a minha análise a partir do gráfico de longo prazo, com o objectivo principal de identificar a tendência do BPI. A tendência é claramente descendente. O downtrend começou nos finais de 2009, e desde então o BPI desvalorizou mais de 50%.

Se ampliarmos a imagem iremos assistir a um outro Bear Market, que começou em 2007, na altura do inicio da crise hipotecário americana e do subprime. Desde essa altura, BPI desvalorizou mais de 80%.

Para além da linha de tendência, podemos já identificar três níveis importantes a considerar no curto/médio prazo: o suporte na zona de 1,20€ e as resistências nas zonas de 1,30€ e 1,50€.

Olhar para BPI do lado longo não é nada interessante neste momento, pois a tendência é claramente descendente (repare no número de pontos de reacção, o que prova sua solidez), e BPI ainda na deu nenhum sinal de força (nenhuma resistência fora quebrada e a downtrendline mantém-se intacta). A inexistência de sinais de força coloca BPI no reino dos Ursos, e dá luz verde para procurar momentos para vendas a descoberto.

Analisando os gráficos de longo prazo com mais atenção não posso ignorar a existência de uma divergência entre o preço e o indicador MACD.


Repare que o lower low nas cotações foi acompanhado por um higher low no indicador MACD. Essa divergência, que tem o nome de bullish divergence, aparece num gráfico semanal, o que só a torna viável a médio/longo prazo por um lado, mas atribui-lhe uma maior importância por outro. Ou seja, temos de ter em consideração esta divergência e termos prudência extra na adopção de eventuais posições curtas.

Passemos então ao gráfico diário para visualizar melhor a situação no curto prazo.


Repare no recente aumento no volume. É importante termos em conta o volume, principalmente nos seus extremos (quando há uma subida brusca de volume – volume spike; ou pelo contrario, uma diminuição significativa – volume shrink). Também deve-se olhar para a tendência do volume, ou seja, ver se ele aumenta ou não. Na teoria, o volume tem de confirmar a tendência do preço, ou seja, quando uma acção tende (para cima ou para baixo) tem de haver aumento do volume que confirma essa tendência. No entanto, nem sempre é fácil visualizar a tendência do volume na sua representação clássica em forma de barras.

O indicador OBV (On Balance Volume) foi inventado com o objectivo de visualizar mais facilmente a tendência do volume. O seu cálculo é simples: multiplicamos a variação relativa do preço pelo volume ocorrido num dado dia. Assim, se o volume foi de um milhão de acções e a acção desceu 2% nesse dia, então a linha do OBV irá descer 2 milhões. Os valores nominais deste indicador não têm importância na sua interpretação, aqui só nos preocupamos com a tendência. A tendência de uma acção tem de ser confirmada pelo volume, se as tendências entre o preço e o volume começam a divergir há que ter em conta uma iminente reversão. Preço e volume são os dois recursos mais importantes na Análise Técnica, assim o indicador OBV liga-os num único dado, dai a sua importância.

Repare no gráfico anterior, uma divergência entre o preço (que desce, cirando sucessivos lower lows) e o volume (que sobe, criando sucessivos higher lows). Tal como na divergência visualizada no gráfico semanal entre o preço e o MACD, no gráfico diário, assistimos, igualmente, a uma bullish divergence. A mesma divergência observa-se no MACD diário.

Estes são os primeiros passos para uma possível reversão de tendência. No entanto, adivinhar reversões de tendência sempre foi muito arriscado e com baixa precisão. BPI tem de dar os primeiros sinais de força antes de ser considerado bullish. Os factos anteriormente mencionados, apenas servem como cautela para jogo curto no BPI nos próximos tempos.

A linha de tendência descendente do BPI é bastante forte, com vários pontos de reacção. Os primeiros sinais de força que pudessem tirar, pelo menos parcialmente, o pessimismo e sentimento bearish seria a ruptura da resistência de 1,33€, o que igualmente iria quebrar a downtrendline. Sem estes dois sinais será perigoso considerar o BPI do lado longo.

Na Análise Técnica temos que esperar pelos sinais no gráfico, e agir segundo esses sinais. A tentativa de antecipar muitas vezes resulta no insucesso.